• Crise financeira

    Hospitais filantrópicos de todo o Sul do País, incluindo a Santa Casa de Campo Mourão (foto), estiveram reunidos na capital do Estado. Do encontro, saiu a “Carta de Curitiba”, que denuncia o caos vivido pelas instituições. O documento diz que a situação se agravou nos últimos três anos e culpa a falta de apoio dos governos federal, estadual e municipal. Xi, alguém arrisca experimentar a carapuça?...  

    CONFIRA A ÍNTEGRA DA ‘CARTA DE CURITIBA’

    “As Santas Casas e os Hospitais Filantrópicos dos Estados do Paraná, Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, reunidos nesta data na cidade de Curitiba, através de suas Entidades Representativas (Federações, Sindicatos Estaduais e Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas - CMB), vêm dar conhecimento à sociedade brasileira sobre a grave crise financeira deste segmento hospitalar, motivada pela falta de apoio expressivo dos governos municipais, estaduais e federal.

    “Há mais de 10 anos, com acentuado agravamento nos últimos 3, os hospitais vêm demonstrando aos gestores públicos a inviabilidade econômica e financeira na relação mantida com o Sistema Único de Saúde, chegando ao absurdo de que para cada R$ 100,00 de custos na assistência de um paciente o Sistema remunera, em média, R$ 65,00. Essa diferença entre o custo e a receita tem sido até aqui suportada pelos hospitais graças a endividamentos bancários,  inadimplência com fornecedores, práticas salariais insuficientes, entre outras ações. Se não fossem os compromissos sociais que têm, há muito tempo qualquer dinâmica de gestão administrativa competente teria recomendado a ruptura contratual.

    “Entretanto, é hora do basta ao descompromisso com a saúde da população brasileira, onde o poder público transferiu para os hospitais o seu dever constitucional de garantir a saúde para todos. Isto os hospitais não suportam mais e estão convocando a sociedade para que defenda, de todas as formas possíveis, o seu plano de saúde - o SUS. Caso contrário, todos morrerão, os doentes, os hospitais e os governos.

    “O segmento filantrópico brasileiro está a cobrar dos municípios, estados e governo federal, urgentemente, ações definitivas, concretas e saneadoras de resgate do equilíbrio econômico e financeiro dos contratos, bem como alternativas para soluções das dívidas existentes e apoio para investimentos estruturais e tecnológicos.

    “Também há que se repudiar, veementemente, as deliberadas iniciativas da União, estados e municípios em intervir nos hospitais filantrópicos. O exercício da filantropia deverá ser preservado acima de interesses localizados, e direcionados ao bem das comunidades que lhe dão origem”.

    Curitiba, 12 de Abril de 2005

    Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas – CMB
    Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Estado do Paraná – FEMIPA
    Federação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado de Santa Catarina – FHSC
    Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Rio Grande do Sul

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